domingo, maio 04, 2008

Semana carregada de inflação pode tomar fôlego do investment grade

Uma enxurrada de dados inflacionários no Brasil pode ofuscar o fôlego restante da boa surpresa que foi a chegada do grau de investimento antes do esperado. Em tempos de Copom (Comitê de Política Monetária) disposto a combater os focos de pressão sobre os preços com alta na Selic, é a agenda econômica que chama a atenção para a semana que começa.

Todas as sessões da segunda semana de maio contarão com índices de preços. Mas é na sexta-feira (9) que o dado mais aguardado será revelado: o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) relativo a abril. Por mais que já se espere dados pressionados, um número que fuja das projeções pode dar um "choque de realidade" e acalmar os ânimos dos investidores, diz Carlos Cintra, gerente de renda fixa do Banco Prosper.

A agenda econômica doméstica trará ainda uma série de números do setor produtivo, relacionados por Tomás Goulart, economista do Modal Asset Management, como complemento às referências que podem influenciar a política monetária brasileira.

Neste quesito a euforia com a chegada do investment grade não proporcionará qualquer alívio, já que a avaliação do País denotada pelas agências de risco tem influência praticamente nula sobre a trajetória da Selic.

Olho nas small caps
Uma das maiores dúvidas para a semana entre 5 e 9 de maio diz respeito à perpetuação dos favoráveis desdobramentos da elevação do rating brasileiro pela S&P. Goulart acredita que a precificação ainda não se deu por completo sobre determinados papéis, podendo ainda exercer alguma influência ao longo da semana.

Por sua vez, o gerente de renda fixa do Banco Prosper avalia que as small caps, duramente penalizadas pela crise subprime, podem reservar ganhos adicionais ao longo dos próximos pregões, por se beneficiarem do forte fluxo de capital esperado na Bovespa.

Já as maiores blue chips do mercado acionário brasileiro, entre elas Petrobras e Vale, estarão mais suscetíveis ao comportamento diário dos mercados, assim como à trajetória das commodoties nas praças internacionais.

Dólar segue em queda
É consenso no mercado que o esperado aumento de fluxo de investimento externo ao Brasil, oriundo da maior nota atribuída à dívida externa, terá como efeito imediato a pressão sobre o câmbio.

Assim, na leitura de Carlos Cintra, não há outro rumo à moeda brasileira na semana a não ser a continuidade da apreciação frente ao dólar norte-americano anteriormente já verificada.


Fonte: InfoMoney

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